*** MANIA DE POETA ***

_________ O POETA é apenas um instrumento de percepção escolhido para materializar os sentidos que Deus colocou em Suas Criações, capacitado para escutar e traduzir a voz que Ele concedeu às palavras, que muitas vezes, são inaudíveis à maioria dos mortais. _____________________________________________SUZANDER CABRAL

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sexta-feira, 6 de maio de 2011


Postado por MANIA DE POETA às 17:10
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O QUE É SER POETA

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MANIA DE POETA
SETE LAGOAS, MINAS GERAIS, Brazil
____POETA______________________________________________Ser poeta é antecipar-se ao tempo, mimetizar o pensamento, é o risco calculado, o coração latente e o perigo iminente. É amar para sentir saudade, adorar o proibido e gostar do conquistado. É suportar a dor e exultar o amor, é declarar suas paixões, declarar-se aos palavrões sem culpar-se do pecado.
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POETAS
personificação da alma

ADÉLIA PRADO

ADÉLIA PRADO
POETA (ela não gosta do termo poetisa)

SERENATA - Adélia Prado

Uma noite de lua pálida e gerânios
ele virá com a boca e mão incríveis
tocar flauta no jardim.
Estou no começo do meu desespero
e só vejo dois caminhos:
ou viro doida ou santa.
Eu que rejeito e exprobro
o que não for natural como sangue e veias
descubro que estou chorando todo dia,
os cabelos entristecidos, a pele assaltada de indecisão.
Quando ele vier, porque é certo que vem,
de que modo vou chegar ao balcão sem juventude?
A lua, os gerânios e ele serão os mesmos
- só a mulher entre as coisas envelhece.
De que modo vou abrir a janela, se não for doida?
Como a fecharei, se não for santa?

ADÉLIA PRADO

ERÓTICA É A ALMA.
##
NÃO QUERO FACA NEM QUEIJO. QUERO A FOME.
##
UM CORPO QUER OUTRO CORPO,
UMA ALMA QUER OUTRA ALMA E SEU CORPO,
ESSE EXCESSO DE REALIDADE ME CONFUDE.
##
A vida é muito bonita,
basta um beijo
e a delicada engrenagem movimenta-se,
uma necessidade cósmica nos protege.
##
"O transe poético
é o experimento de uma realidade anterior a você.
Ela te observa e te ama. Isto é sagrado. É de Deus.
É seu próprio olhar pondo nas coisas
uma claridade inefável.
Tentar dizê-la é o labor do poeta."

LEMBRETE - Rubem Alves

NÃO FOI À TOA QUE ADÉLIA PRADO DISSE QUE "ERÓTICA É A ALMA".
ENGANAM-SE AQUELES QUE PENSAM QUE ERÓTICO É O CORPO. O CORPO SÓ É ERÓTICO PELOS MUNDOS QUE ANDAM NELE.
A ERÓTICA NÃO CAMINHA SEGUNDO AS DIREÇÕES DA CARNE. ELA VIVE NOS INTERSTÍCIOS DAS PALAVRAS.
NÃO EXISTE AMOR QUE RESISTA A UM CORPO VAZIO DE FANTASIAS. UM CORPO VAZIO DE FANTASIAS É UM INSTRUMENTO MUDO, DO QUAL NÃO SAI MELODIA ALGUMA.

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
POETA - EXPOENTE DE MINAS

IMORTALIDADE - Drummond

Morre-se de mil motivos
e sem motivo se morre
de saudade,
morreu o poeta
sem morrer à eternidade
ele que fez de uma pedra
louvor para sua cidade
gauche, grande destro
sem querer celebridade
pelos mil que era
num só se fez único
ficando no seu primeiro
caráter de bom mineiro
jamais morrerá
e sempre será.


LEMBRETE:
Se procurar bem, você acaba encontrando
não a explicação ( duvidosa ) da vida,
mas a poesia ( inexplicável ) da vida. - DRUMMOND -

VINÍCIUS DE MORAES

VINÍCIUS DE MORAES
POETA CARIOCA

O POETA - Vinícius de Moraes

A vida do poeta tem um ritmo diferente
É um contínuo de dor angustiante
O poeta é o destinado do sofrimento...
E a sua alma é uma parcela do infinito distante
Do infinito que ninguém sonda e ninguém compreende.
O poeta tem o coração claro das aves
E a sensibilidade das crianças.
O poeta chora...
O poeta sorri.
Sorri à vida e à beleza e à amizade
Sorri com sua mocidade a todas as mulheres que passam.
O poeta é bom.
Ele ama as mulheres castas e as mulheres impuras
Sua alma as compreende na luz e na lama
Ele é cheio de amor para as coisas da vida
E é cheio de respeito para as coisas da morte.
O poeta não teme a morte.
A sua poesia é a razão da sua existência
Ela o faz puro e grande e nobre
E o consola da dor e o consola da angústia.

MANUEL BANDEIRA

MANUEL BANDEIRA
POETA PERNAMBUCANO - 1886 à 1968

ARTE DE AMAR - Manuel Bandeira

Se queres sentir a felicidade de amar,
esquece atua alma.
A alma estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação,
não noutra alma.
- Só em Deus ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.
Deixe teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem,
mas as almas não.

FERNANDO PESSOA

FERNANDO PESSOA
POETA PORTUGUÊS

AUTOPSICOGRAFIA - Fernando Pessoa

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
que chega a fingir que é dor
a dor que deveras sente.
E os que leem o que escreve,
na dor lida sentem bem
não as duas que ele teve,
mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
gira, a entreter a razão,
esse comboio de corda
que se chama o coração.

CLARICE LISPECTOR

CLARICE LISPECTOR

CANTEIROS - Cecília Meireles

Quando penso em você fecho os olhos de saudade
Tenho tido muita coisa, menos a felicidade
Correm os meus dedos longos em versos tristes que invento
Nem aquilo a que me entrego já me traz contentamento
Pode ser até manhã, cedo claro feito dia
Mas nada do que me dizem me faz sentir alegria
Eu só queria ter no mato um gosto de framboesa
Para correr entre os canteiros e esconder minha tristeza
Que eu ainda sou bem moço para tanta tristeza
E deixemos de coisa, cuidemos da vida,
Pois se não chega a morte ou coisa parecida
E nos arrasta moço, sem ter visto a vida.

POEMA - sucesso na voz de Fagner

LEMBRETE - Clarice Lispector

Não se preocupe em entender,
viver ultrapassa todo entendimento.

FLORBELA ESPANCA

FLORBELA ESPANCA
POETA PORTUGUESA

FANATISMO - Florbela Espanca

Minhálma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és se quer razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!

"Tudo no mundo é frágil, tudo passa..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, digo de rastros:
"Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: Princípio e Fim!..."
POEMA - SUCESSO NA VOZ FAGNER

POETA - Florbela Espanca

POETA - Florbela Espanca

MÁRIO QUINTANA

MÁRIO QUINTANA
POETA GAÚCHO

BILHETE - Mário Quintana

Se tu me amas,ama-me baixinho.
Não o grites de cima dos telhados,
deixa em paz os passarinhos.
Deixa em paz a mim!
Se me queres, enfim,
.....tem de ser bem devagarinho,
.....amada,
.....que a vida é breve,
.....e o amor
.....mais breve ainda.

PARA CHEGAR MAIS PERTO DOS POETAS - Quintana

A função do poeta não é explicar-se,
A função dos poetas é expressar-se.
#
Se um poeta consegue explicar o que quis dizer
com o poema, o poema não presta.
#
Repara como o poeta humaniza as coisas:
dá hesitação às folhas, anseios ao vento.
Talvez seja assim que Deus dá alma aos homens.
#
Eis que, tendo Deus descançado no sétimo dia,
os poetas continuaram a obra da criação.

FERREIRA GULLAR

FERREIRA GULLAR
" O HOMEM INVENTOU DEUS PARA QUE ELE O CRIASSE, E ASSIM ENTÃO SER FILHO DE DEUS."

POESIA - CONCURSOS LITERÁRIOS

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ABRA A TUA JANELA PARA A POESIA - Suzander Cabral

POETAS

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ser poeta é ter sede de infinito

DEUS POESIA

DEUS POESIA
Suzander Cabral

DEUS E O POETA

DEUS E O POETA
Suzander Cabral

NOTÍVAGO

NOTÍVAGO
A COISA MAIS FINA DA VIDA É O SENTIMENTO. O QUE A MEMÓRIA AMA, FICA ETERNO. TE AMO COM A MEMÓRIA, IMPERECÍVEL. adélia prado

MINHAS POESIAS

MINHAS POESIAS
Suzander Cabral

POÉTICA - Suzander Cabral

SEMENTE - Suzander Cabral

ESTRIBILHO - Suzander Cabral

POESIAS FAVORITAS

ARTE DE AMAR
Manuel Bandeira
Se queres sentir a felicidade de amar,
esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação,
não noutra alma.
Só em Deus ou fora do mundo.
As alma são incomunicáveis.
Deixe o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem,
mas as almas não.



VERBO NO INFINITO
Vinícius de Moraes
Ser criado, gerar-se, transformar
O amor em carne e a carne em amor; nascer
Respirar, e chorar, e adormecer,
e se nutrir para poder chorar
Para poder nutrir-se; e despertar
Um dia à luz e ver, ao mundo e ouvir
E começar a amar e então sorrir
E então sorrir para poder chorar.
E crescer, e saber, e ser, e haver
E perder, e e sofrer, e ter horror
De ser e amar, e sentir maldito
E esquecer tudo ao ver um novo amor
E viver esse amor até morrer
E ir conjugar o verbo no infinito...



VILA RICA
OLAVO BILAC
O OURO FULVO DO OCASO AS VELHAS CASAS COBRE,
SANGRAM, EM LAIVOS DE OURO, AS MINAS QUE A AMBIÇÃO
NA TORTURADA ENTRANHA ABRIU DA TERRA NOBRE,
E CADA CICATRIZ BRILHA COMO UM BRASÃO.

O ANGELUS PLANGE AO LONGE EM DOLOROSO DOBRE,
O ÚLTIMO OURO DO SOL MORRE NA CERRAÇÃO,
E, AUSTERO, AMORTALHANDO A URBE GLORIOSA E POBRE,
O CREPÚSCULO CAI COMO UMA EXTREMA UNÇÃO.

AGORA, PARA ALÉM DO CERRO, O CÉU PARECE,
FEITO DE UM OURO ANCIÃO QUE O TEMPO ENEGRECEU...
A NEBLINA, ROÇANDO O CHÃO, CICIA EM PRECE,

COMO UMA PROCISSÃO ESPECTRAL QUE SE MOVE...
DOBRA O SINO... SOLUÇA UM VERSO DE DIRCEU...
SOBRE A TRISTE OURO PRETO O OURO DOS ASTROS
CHOVE.



DRUMMMOND - expoente maior da gerais

VIVER NÃO DÓI
Carlos Drummond de Andrade



Viver não dói.
Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.
Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana,
que gerou em nós um sentimento intenso
e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz.
Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado
e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas,
por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido
ao lado do nosso amor e não conhecemos,
por todos os filhos que gostaríamos de ter tido juntos
e não tivemos,
por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter
compartilhado, e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados pela eternidade.
Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco,
mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema,
para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.
Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco,
mas por todos os momentos em que poderíamos estar
confidenciando a ela nossas mais profundas angústias,
se ela estivesse interessada em nos compreender.
Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós,
impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.
Como aliviar a dor do que não foi vivido?
A resposta é simples como um verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo mais, me convenço de que o desperdício da vida
está no amor que não damos, nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca,
e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.
A DOR É INEVITÁVEL. O SOFRIMENTO É OPCIONAL.







CAMÕES

SONETO

Amor é um fogo que arde sem se ver;
é ferida que dói e não se sente;
é um coontentamento descontente;
é dor que desatina sem doer;

é um não querer mais que bem querer;
é solitário andar por entre a gente;
é um não contentar-se de contente;
é cuidar que se ganha em se perder;

é um estar-se preso por vontade;
é servir a quem vence o vencedor;
é um ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode o seu favor
nos mortais corações conformidade,
sendo a si tão contrário o mesmo amor.

Luís Vaz de Camões - 1550
Poeta Português



A BOCA E OS SEIOS - co-autoria com meu primo BABOKA

Quando te despi pela primeira vez,
vi tua branca tez,
e um par de seios encobertos,
desejos secretos...
teus longos cabelos finos os seios vestiam,
e eles por pudor se escondiam
do carinho e do encanto da poesia.

Quando de despi pela segunda vez,
vi tua branca tez
e um par de seios lindos,
desejos infindos...
Teus longos cabelos não mais existiam,
e os teus seios eles já não mais vestiam.

Uma nudez rósea se via
e minha boca se atreveu
a beijar-te os seios em demasia,
e deles se apoderou numa ânsia louca.
E teus seios se arrepiaram,
e ao se sentirem vestidos pela minha boca,
por ela se apaixonaram.



"PAIXÃO CRUEL E DESENFREADA"


Verás o quanto és homem
Ao sucumbires ao amor de uma mulher.
Amarás mais que a ti mesmo,
Rastejarás aos pés de uma estátua,
Sorrirás pateticamente diante do espelho.
Farás loucuras e acharás a demência normal
E dela serás amigo fiel e confidente. E se confortarás.
Desprezarás todos os outros pensamentos teus
E cultivarás em latifúndio somente um,
Que irrigarás com teu pranto. E se confundirás.
Perderás noites de sono ruminando idéias infrutíferas,
Que acabarão morrendo estioladas ou indigentes.
Serás o teu próprio algoz, odiarás a ti e a tuas ações.
Tua saliva secará na boca e a tua voz calará na garganta,
Um calafrio te percorrerás o corpo
Ao mesmo tempo em que suarás,
E teu coração rufarás em teu pobre peito
O toque fúnebre da compaixão. Perderás o chão.
Sentirás a cabeça pesar e avaliarás o quanto és fraco
Ao cair da noite taciturna, silenciosa e inquietante,
Reveladora da tua incapacidade de domar teus sentimentos.
Chorarás num banheiro escuro ou num travesseiro surdo,
E ao primeiro aceno de tua amada, correrás ao teu encontro.
Perdoarás, entregarás os pontos, e amarás...
Amarás como se fosse a última vez ou se fosse ela a única
Mulher na face da terra capaz de te fazer feliz.
Crescerás, aprenderás por tua mãos, e por fim,
Após toda essa tormenta se permaneceres vivo,
Agradecerás a Deus por ter vivido uma grande paixão.
E um dia terás saudade.


PERDAS

O homem perdeu o equilíbrio,
Desceu das árvores e caminhou ereto pelo chão.
Perdeu os pelos, vestiu-se então.
Protegeu-se da fria estação.
Sansão perdeu os cabelos,
Perdeu a força por uma traição.
Existem ainda Dalilas?
A mulher num papel de amor e sedução?
Camões perdeu um olho numa batalha sem razão.
Joana D'arc perdeu a vida na fogueira
Da Santa Inquisição.
Tiradentes, a vida por uma delação.
Hitler perdeu a guerra. Os generais a condecoração.
Perdeu muito o Japão com a bomba devastação.
O homem, animal de estimação?
Predador. Espécies em extinção.
A literatura perdeu o poeta Drummond.
Porque perdeu a força, o coração.
Acho que amou demais... O amor mata então?
Mata a perda do amor, a separação.
Mata a falta do amor, a solidão.
O rock perdeu a poesia. Perdeu o poeta-canção.
Poeta da dor, exagerado. Poeta da nossa geração.
Quem nunca perdeu nada? Ninguém, até Cristo perdeu.
Mas Cristo é Deus, é oração.
Cristo é Pai, Filho e Irmão.
As árvores perderam as flores, fim da estação.
O céu perdeu a claridade. Relâmpago. Trovão.
Fechou-se o tempo, chuva de verão.
E eu perdi, perdi você...
Foi tudo em vão?


COMO ESQUECER UMA GRANDE PAIXÃO

Comeces por esquecer a cor dos cabelos dela,
que despenteavas em afagos de volúpia,
ou acariciavas no repouso do êxtase realizado.
Esqueças tuas orelhas carinhadas de puxões,
de mordidas e de juras em lambidas confissões.
Agora, esqueças os olhos dela e o olhar convidativo,
que aturdia o teu de paixão perdido
ou que velava teu sono de êxtase vivido.
Dela, esqueças também o nariz, que se fez feliz
arejado e impregnado do cheiro de desejo.
Insistas... esqueças tudo referente a tua boca, os dentes,
os lábios salientes e de tua geografia conhecedores,
e fabricantes de arrepios provocadores
de gritos de prazeres múltiplos e variados.

Esqueças tua voz de sussurros repetidos e segredos revelados,
de promessas às escuras, prometidas e cumpridas,
e doces palavrões ditos às escondidas.
Esqueças o primeiro, o último e todos os beijos dela.
Esqueças teu queixo. Teu pescoço. Teus ombros delicados.
Persistas... esqueças teus braços de íntimos abraços,
mãos desbravadoras e dedos inquietos.
Esqueças dela o par de seios perfeitos,
adornados na sensualidade de um meia-taça preto,
descortinados em lânguidos afagos e ardentes beijos.
[que já esquecestes há minutos atrás]
Continues... esqueças o umbigo e a serra da barriga,
de onde escorregavas e caías nos penteados variados
de teus pelos pubianos, por vezes depilados.
Chegastes até aqui. Agora se concentre e esqueças tudo.
Do toque delicado ao grito contido e silencioso,
da pegada fremente e do grito voluptuoso.
Esqueças a todo custo daquele apelido carinhoso.
Esqueças da dor, do odor de fêmea, do cheiro mulher,
do lubrificar a deslizar, do amar que contenta e sustenta.
Da entrega incondicional diante do êxtase.
Terminarás então por esquecer tuas coxas gêmeas
onde se aninha o poema feminino

[que já nem te lembras mais].
Esquecerás os joelhos dela, tuas pernas e por último teus pés.
Após esqueceres tudo isso...
estarás pronto para viver uma nova e grande paixão.

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